Além da balança
Muitos fatores podem levar à obesidade. Descubram quais são e como evitá-los.
Dificilmente alguém aceita a obesidade. O excesso de peso é motivo de indagações constantes, recusa da própria imagem e de diversas complicações para o organismo.
Nos Estados Unidos, mais de 60% da população está acima do peso. No Brasil, o problema é crescente e afeta cerca de 48% das pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Alguns fatores históricos podem colaborar com os altos índices. “Saímos de um período de fome e restrição alimentar para um período de melhoria econômica e fartura”.
A epidemia típica do século XXI afeta não só a estética, mas também a saúde física e psicológica. A obesidade é uma doença crônica provocada por diversos fatores, que aumentam os riscos de problemas como hipertensão arterial, aumento de colesterol, infarto e acidente vascular cerebral.
Aprendendo a comer
A obesidade é a consequência do desiquilíbrio entre as calorias que uma pessoa ingere nas refeições e as consumidas para que o corpo funcione. As exceções ficam por conta de disfunções como hipotireoidismo (redução ou interrupção da produção de hormônios pela tireoide, que regula o metabolismo), Síndrome de Cushing (excesso de cortisona no organismo pelo uso de medicamentos ou pelo mau funcionamento da glândula suprarrenal e da hipófise) ou algum distúrbio emocional. Fatores assim são raros se comparados aos hábitos ruins.
Você acha que engordou num passe de mágica? Certamente não. O excesso de gordura corporal costuma ser gradativo e adquirido ao longo do tempo. “Se identificarmos um gordinho no restaurante, seu prato esta sempre muito cheio e com muito carboidrato (arroz, farofa, massa, pão) e frituras (batata frita, carnes gordurosas)”. Também devemos lembrar das muitas calorias sem nutrientes adquiridas como bebidas alcoólicas, refrigerantes e doces em geral. Por isso, não adianta reclamar. O segredo esta em mudar a rotina para alcançar qualidade de vida. Aprenda a comer de forma educada e saudável, estabeleça horários para as refeições (no mínimo cinco ao dia), abandone o tabagismo e o sedentarismo. Procure a prática de exercícios físicos.
Predisposição genética
Ser ou estar obeso? Algumas pessoas pensam que o excesso de gordura é um fator genético, como a cor do cabelo ou a altura. Mas apenas 3% dos casos de obesidade têm causas genéticas, de metabolismo ou alterações de glândulas e hormônios. “Essa parcela de pessoas precisa tomar medicamento por toda a vida e, não necessariamente, emagrecerão”, explica a professora Claudia Cezar, doutora em Nutrição Humana Aplicada.
Outro fato é que pais obesos têm de 50 a 80% de chances de gerar filhos que sofrerão de obesidade. Contudo, os números não determinam o futuro e podem ser contornados por hábitos saudáveis. Mais de 90% dos casos de obesidade são de origem externa: sedentarismo, má alimentação, aspectos emocionais e culturais. É justamente por ter inúmeras causas que a doença é considerada multifatorial.
Fuga emocional
Quem nunca afogou as mágoas em uma caixa de chocolate? Ou se empanturrou de tal delicia? Muitas vezes a comida serve de “válvula de escape”. Ainda recém-nascidos, recebemos o leite materno, uma expressão de carinho. Daí vem o fato de nossa cultura entender e valorizar a alimentação. Basta lembrar dos almoços em família ou das rodas de amigos, que sempre acontecem em torno de uma mesa farta. “A comida preenche simbolicamente o vazio emocional e pode substituir a falta de afeto, a solidão e a baixa autoestima”.
Pecar pela gula é permitido uma vez ou outra. Porém, tenha atenção para que o mau hábito não vire uma compulsão. Quando o problema é recorrente, deve-se buscar a ajuda de um especialista a fim de encontrar e tratar a razão de refúgio na comida.
Sem estresse
Não apenas simbolicamente, comer também faz bem para a mente, pois proporciona uma saborosa sensação de bem-estar. Por isso, cansadas com a agitação do dia á dia, algumas pessoas decidem se entregar à comida.
Sem culpa ou remorso, encontra no prato um lugar de descanso. “Comem por ansiedade e também para se acalmar”.
Com a barriga cheia, o ritmo do corpo diminui, pois há pouca energia para outra atividade que não seja a digestão. Assim, tem início um ciclo de desânimo e sedentarismo em meio ao estresse cotidiano. O segredo para escapar dessa armadilha é comer com prazer. Além de prezar pela boa qualidade e moderada quantidade de alimentos que vão ao prato, satisfaça-se durante as refeições. Quanto à tensão, procure descarrega-la praticando atividades físicas.
Localização da gordura
Mais do que saber a quantidade de gordura encontrada no corpo, é importante conferir onde ela está localizada. Conheça os dois tipos físicos gerados pelo ganho de peso e as possíveis consequências de cada um para o corpo.
- Tipo físico maça
Gordura concentrada na região da cintura.
Tipo mais perigoso para a saúde.
Cresce o risco de desenvolver diabetes
tipo 2 e doenças cardiovasculares.
- Tipo físico pera
Gordura localizada na área do quadril e das coxas.
Tipo mais difícil de ser perdido.
Aumento do risco de artrose e varizes.
Fonte: Revista S.O.S Você.