Com certeza você já ouviu essa história na infância: quando os dentes de leite amolecem e as primeiras janelinhas começam a aparecer, basta joga-los no telhado para que a fada do dente a recompense com algumas moedas. O que você provavelmente não sabe é que essa recompensa pode ser ainda maior, mas com o desenvolvimento de estudos na área da saúde para o tratamento de diversas doenças. Isso porque a polpa do dente é uma boa fonte de células–tronco do tipo mesenquimal, que, segundo Nelson Tatsui, hematologista e diretor técnico da Criogênesis, têm capacidade de, em laboratório, se transformar em uma variedade de outras células para a reparação de diversos tecidos, como muscular, nervoso, ósseo, além de cartilagem, pele e outros tecidos epiteliais.
“As células–tronco que são encontradas nos dentes de leite são multipotentes e imunotolerantes, ou seja, servem tanto para o doador como para a sua família. E mais: por serem células jovens e com ótima qualidade, são excelentes para o tratamento de doenças degenerativas num futuro próximo”, afirma.
Regulamentada há dois anos pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), a técnica ainda é recente no Brasil. Mas, para que os resultados possam ser possíveis, o especialista explica que a extração deve ser feita com o máximo de rigor asséptico para preservar a esterilidade e a viabilidade de polpa do dente. “O material precisa ser acondicionado em um kit especifico de transporte e enviado imediatamente à clínica para o devido processamento laboratorial”, finaliza.
Fonte: Revista Pense Leve (edição nº 272)