Doença causa lesões, dores e atinge principalmente idoso, para quem a imunização será recomendada.
Nesta semana, chega ao país a primeira vacina contra o herpes zoster, doença causada pela reativação do vírus da catapora devido à queda da imunidade e que atinge principalmente idosos.
O herpes zoster, também conhecimento como cobreiro, não causa a morte e é pouco frequente – quatro casos em cada mil pessoas. Mas quem tem a doença passa por um sofrimento que não é desprezível. Quando surge, o herpes zoster causa bolhas em algumas áreas do corpo (geralmente no rosto, no pescoço e nas costas) e dores fortes. Na maior parte dos casos, as lesões e as dores vão embora.
Depois de causar a catapora, o vírus fica dormente no gânglio dorsal.
Quando ocorre queda de imunidade, geralmente na terceira idade, ele
se manifesta como herpes zóster.
O problema, porém, são as complicações que podem surgir após a doença. A mais comum é a neuralgia pós-herpética. A dor, causada pela inflamação de um nervo, torna-se crônica e compromete bastante a qualidade de vida do idoso.
O herpes zóster pode ainda causar complicações nos olhos, infecções bacterianas graves nas lesões e doenças como hepatite, pneumonite e meningoencefalite.
“Diante do sofrimento de quem desenvolve o herpes zóster, a imunização é bem vinda. Vacinas não são exclusivas para crianças, o idoso também tem as suas”, diz Renato Kfouri, presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunização).
Para Quem
A vacina, aplicada em dose única, está disponível há cerca de dez anos nos EUA e é oferecida em outro países como Canadá, Reino Unido e Austrália. Mais recentemente, chegou ao México, à Argentina e à Colômbia.
Segundo o CDC (Centro de Controle de Doenças) dos EUA, a vacina é considerada segura e não há relatos de efeitos graves. Em 30% dos casos, pode ocorrer dor temporária no local da aplicação e, mais raramente, dor de cabeça, febre e mal estar.
Trata-se da mesma vacina contra catapora, com vírus vivo atenuado, mas com uma quantidade maior de antígenos, já que a resposta imune de idosos costuma ser menor. No Brasil, estará disponível em clínicas privadas.
A vacina é indicada para pessoas acima de 60 anos. No Brasil, ela foi aprovada a partir dos 50 anos.
Rosana Richtmann afirma que a resposta imune é maior entre os 50 e os 59 anos. “Quanto mais as pessoas aguardarem, menor será a proteção”, afirma.
Já Rodrigo Lima, membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, diz que recomendaria a vacina apenas após os 60 anos, já que há mais estudos mostrando os benefícios a partir dessa idade.
Também não há consenso se pessoas que já tiveram herpes zóster devem tomar a vacina. Lima diz que é muito raro que a pessoa tenha a doença novamente. Kfouri afirma que isso pode acontecer.
Fonte: Jornal Folha de SP / Matéria: Mariana Versolato (Editora- Assistente de "ciência + saúde).